Disciplina - Matemática

Matemática

17/03/2009

Celulares para estudar álgebra

Perseguidos nas salas de aula, os telefones móveis também podem ensinar

O uso dos celulares em sala de aula é um conflito travado nos colégios de meio mundo. Mas os alunos estão ganhando um argumento para levar o telefone à escola: estudos têm apontado que esses aparelhos podem se converter em uma excelente ferramenta educativa.

Um deles foi realizado em quatro colégios do Estado norte-americano da Carolina do Norte, onde estudantes de 14 e 15 anos – correspondentes ao Ensino Médio – receberam celulares com o sistema operacional Windows para ajudá-los nas tarefas de álgebra. Os alunos usaram os telefones de diferentes formas – gravando, por exemplo, a forma como resolviam os problemas de matemática e depois compartilhando os vídeos com seus colegas em uma rede social. No final do curso, os resultados dos estudantes que haviam recebido os telefones foram 25% melhores do que os do resto da classe.

Em outro exemplo, professores da Universidade de Michigan desenvolveram uma série de softwares que transformam o celular em algo parecido com um pequeno computador para uso em aula. Os telefones, que não podem ser utilizados para ligar nem escrever mensagens, mas são dotados de câmaras, calendários, calculadoras e inúmeros softwares educativos, foram distribuídos para 50 estudantes do quinto ano (por volta dos 10 anos de idade) de diversos colégios do Texas. Ainda não há dados sobre seu impacto no desempenho escolar, mas os professores que participam da experiência se dizem satisfeitos em poder integrar às aulas um aparelho que os estudantes, de qualquer maneira, acabariam levando para o colégio.

– O futuro está em eletrônicos móveis conectados uns aos outros – diz Elliot Soloway, um dos responsáveis pelo projeto, acrescentando que “os celulares ainda serão os novos papéis e lápis” das escolas.

Mas as associações de professores dos EUA se mostram céticas e lembram que os fabricantes de celulares financiam alguns dos estudos em andamento. É o caso da pesquisa da Carolina do Norte, patrocinada pela companhia de chips Qualcomm.

Para a indústria da telefonia móvel, a entrada do celular na sala de aula pode significar a venda de 10 milhões a 15 milhões de novos aparelhos nos próximos anos, segundo algumas estimativas, sem contar os soft­wares educativos.

Janet Bass, porta-voz da Federação Americana de Professores, diz não se opor ao uso educativo dos telefones móveis, mas afirma que as escolas precisam ser cuidadosas “antes de se apressarem em comprar celulares para seus alunos”.

– É preciso mais investigação – diz ela, lembrando que o aparelho também pode ser uma distração na sala de aula.

Fonte: Zero Hora

Recomendar esta notícia via e-mail:

Campos com (*) são obrigatórios.