Matemática

04/02/2011

O x da questão

Por: Luiz Gonzaga Bertelli
É curioso perceber como certas deficiências da educação se manifestam nas redes sociais. Um exemplo é a comunidade "Odeio matemática" que, no Orkut, conta com quase 230 mil inscritos. Outras matérias estão longe de registrar esse índice de rejeição, como se nota nas comunidades contra as aulas de português e ciências que chegam respectivamente a 31 mil e 2,5 mil.
De fato, matemática exige muito mais concentração dos estudantes e maior dedicação e didática dos educadores. Só que os jovens têm demonstrado, há anos, que não estão absorvendo os conhecimentos, como provam os resultados de avaliações, incluindo o internacional Pisa (sigla, em inglês, para Programa Internacional de Avaliação de Alunos), e os professores estão desmotivados.
O cenário desalentador foi traçado por um estudo dos departamentos de Matemática e Psicologia das universidades federais do Rio Grande do Norte, Santa Catarina e Paraná. De acordo com os professores Paulo Cezar de Faria, Brígido Vizeu Camargo e Maria Lucia Faria Moro, a predisposição positiva para o exercício da docência pode se alterar com o passar do tempo, pois fatores como a falta de recursos didáticos, a precariedade das escolas, a marginalização de segmentos jovens e a indisciplina dos alunos dificultam o ensino da matemática.
Se a questão dos professores só pode ser resolvida por meio de uma mudança estrutural na política educacional, a dos estudantes pode ser remediada ou, pelo menos, atenuada com medidas mais imediatas. Aliás, pode e deve, pois o futuro profissional de boa parte dos jovens pode estar em jogo: a habilidade de lidar com números, cálculos e planilhas, bem como o raciocínio lógico, são essenciais para diversas áreas do mercado de trabalho.
O Centro de Integração Empresa-Escola (Ciee) toma a frente e lança o curso "Matemática Básica I" com aulas pela Internet, objetivando reciclar e/ou fortalecer conhecimentos fundamentais dessa ciência. Gratuita e com duração média de sete horas a serem cumpridas em até dez dias, o curso retoma conceitos como as medidas de tempo, massa, capacidade e volume, a divisão dos números em conjuntos e cálculos envolvendo frações, potências e raiz quadrada. Para participar, o estudante precisa estar inscrito no Ciee. Aqueles que não possuem cadastro podem fazê-lo gratuitamente no site www.ciee.org.br. Vale lembrar que todos os cursos e oficinas da instituição -tanto os presenciais quanto os feitas pela Internet- também estão disponíveis para empresas interessadas em reciclar ou aprimorar os conhecimentos de de seu quadro de colaboradores.
Luiz Gonzaga Bertelli é presidente executivo do Centro de Integração Empresa-Escol (Ciee), da Academia Paulista de História (APH) e diretor da Fiesp.
Esta notícia foi publicada em 30/01/2011 no sítio Mogi News. Todas as informações nela contida são de responsabilidade do autor.