Disciplina - Matemática

Matemática

02/04/2008

A Matemática pode prever a obesidade?

Uma investigação feita com base na chamada teoria dos sistemas dinâmicos vem mostrando que dois irmãos gêmeos idênticos com estilos de vida perfeitamente iguais podem ter diferentes pesos e quantidades de gordura corporal diversa.
O estudo foi conduzido por dois investigadores do Nacional Institutes of Health (NIH) e os resultados, que são apresentados na última edição do jornal científico PLoS Computacional Biology (publicado pela Sociedade Internacional de Biologia Computacional, com acesso online gratuito em www.ploscompbiol.org), mais que uma certeza, lançam a dúvida sobre a idéia consensualmente aceita de que os hábitos alimentares e a prática de atividade física são factores soberanos na diferenciação da massa corporal e do peso de cada indivíduo.
O estudo demonstra que, seguindo uma determinada classe de equações, o modelo apresenta um número infinito de diferentes resultados de peso e gordura, ainda que os “imputs” de alimento e os “outputs” de energia sejam rigorosamente os mesmos. Dito de outro modo, este modelo matemático diz que mesmo entre gêmeos idênticos que copiem mutuamente os seus comportamentos diários, ingerindo a mesma quantidade e qualidade de alimentos e gastando depois o mesmo tipo de energia, há variáveis por determinar que influenciam decisivamente o biotipo físico de cada um.
O problema começa quando, no mesmo estudo, se mostra que, considerado outra classe de equações, as variáveis alimentação e atividade física são as únicas que conseguem diferenciar o resultado final do modelo.
É o mesmo que dizer que estamos perante a abstração de um modelo matemático que carece agora de experimentação que possa afinar resultados e dissipar dúvidas. Tudo para responder à questão de base enunciada por este estudo, perante o cenário de proporções epidêmicas traçado pelos atuais números da obesidade: quais os fatores determinantes sobre o peso corporal e a sua estabilidade? Concretamente, estes investigadores pretendem determinar se um tratamento de obesidade deve ser aplicado repetidamente ao longo da vida a um sujeito de risco, ou se basta que a intervenção se mantenha apenas até que um determinado objetivo de redução de massa corporal seja atingido. Como exemplo, o estudo coloca a questão sobre se a perda de gordura através de liposucção é ou não permanente. E é neste tipo de conclusões que os modelos matemáticos se contradizem: pelo primeiro, uma intervenção do gênero produzirá resultados permanente; pelo segundo, conclui-se que o corpo acabará por voltar à forma inicial.
De qualquer forma, é a presença da modelagem matemática influenciando diretamente o cotidiano das pessoas.
Fonte: Diário de Notícias.
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